segunda-feira, 28 de junho de 2010

Moranguinho do Quebec

O morango do Quebec: incrivelmente doce e suculento

"Let me take you down
Cause I'm going to
Strawberry Fields" (Lennon / McCartney)

Até o último sábado eu só gostava de morango em forma de sorvete ou como recheio de torta. Morango in natura, nem pensar. Até que já tinha provado alguns, mas sempre achava azedo e sem graça. Aceitei a sugestão de sair pra colher morangos, porque o passeio em si já seria legal. Mas algumas boas surpresas me esperavam.

Assim que cheguei ao campo de morangos, a primeira surpresa: não imaginava que os arbustos fossem tão baixinhos. Caminhei um pouco, olhei aqui, olhei ali, peguei  o morango mais vermelho e brilhante que encontrei e arrisquei. Segunda surpresa. Grande surpresa: não é que o danado era doce? Isso mesmo: doce, doce, doce! Incroyable!

Depois do primeiro, não parei mais. Um morango na cesta, dois no bucho. A cada três, apenas um era tão saboroso quanto o primeiro. Mas ainda assim valia a pena, pois os outros - mesmo quando "ruins" - eram infinitamente melhores do que todos os que eu tinha provado até aquele dia.  Uma hora depois, eu tinha uns trinta morangos na barriga e uns dois quilos na cesta.

Passeio legal e incrivelmente barato: 8 dólares. Paga-se apenas pela cesta de quatro libras e pronto. Todo mundo pode comer até enjoar. Não sei como eles ganham dinheiro com isso, mas isso não é problema meu. Meu problema agora vai ser achar morangos tão bons nos supermercados. Como acho muito difícil, o mais provável é que eu tenha que esperar até o ano que vem.

À bientôt, les amis!

sábado, 12 de junho de 2010

O passarinho dos ovos azuis

Parecem maiores, mas são do tamanho de ovos de codorna
Mais um espetáculo da natureza bem aqui na porta de casa. Dessa vez, a surpresa foi um ninho de melro (ou tordo) construído num pequeno pinheiro a uns oito metros da nossa varanda.

A mamãe-tordo (turdus-migratorius) em alerta
Eu bem que tinha visto, na semana passada, a mamãe-tordo começar a construir o ninho. Mas não imaginei que ela fosse tão rápida.

Na última quarta-feira eu estava jogando futebol com Eduardo quando percebi um passarinho pra lá de agitado. Voava pra lá, voava pra cá, ficava nos observando do alto do edifício, até que começou a voar de uma árvore pra outra, bem perto da gente. Lembrei imediatamente do que tinha visto e fui lá conferir. Lá estava o ninho, perfeito, no melhor lugar que a mamãe-melro poderia encontrar. Claro que eu não poderia deixar de passar uma chance dessas: corri pra dentro de casa e peguei a máquina para registrar o momento.

Ao me ver bem perto do ninho, dona Melra ficou desconfiada e pousou no topo da árvore mais próxima, de onde ficou a nos espiar. Aí eu percebi que estava já incomodando demais e me afastei. Em segundos ela estava lá, sentada, chocando os futuros melrinhos.

Acho que estou ficando mal acostumado com essas maravilhas da natureza. Pra quem sempre morou na selva de pedra, conviver com essas coisas é de fazer cair o queixo.

No fim do inverno eu vi um pica-pau. Agora um socó e um melro. Só falta me aparecer um dodó aqui no jardim. Do jeito que vai, não duvido nada.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dois anos no Canadá

Hoje, 11 de junho, faz dois anos que aterrissamos em terras canadenses.

Parece que foi ontem.

sábado, 5 de junho de 2010

Um socó no meu jardim

Nycticorax nycticorax, o socó-dorminhoco
Veja só que coisa... Eu, que nunca tinha visto um socó quando morava no Brasil, vim ver um a dez metros da porta da minha varanda aqui em Chambly.

Eu nem sabia que existia socó no Canadá. Pensei que era dessas aves que só vivem em países tropicais. Mas tem socó por aqui, e um deles veio nos visitar ontem à tarde. Passou uma meia hora estático no alto da mais alta árvore do pátio, tempo suficiente pra tirar uma boa foto.

Pra identificar o bicho, claro, precisei de ajuda. Mandei um e-mail com a foto para o site do Regroupement Québec Oiseaux e eles responderam em menos de 30 minutos. "Il s'agit d'un Bihoreau gris", disseram eles. E lá fui eu procurar na Wikipedia o que danado era um Bihoureau Gris. Para minha surpresa, era um socó! Mais precisamente um socó-dorminhoco, que também é conhecido como garça-dorminhoca. Garça? Outra surpresa. Mas é isso que está escrito lá.

Além desses dois nomes, o cinzentinho simpático também é chamado de goraz, savacu, arapapá-de-bico-comprido, dorme-dorme, dorminhoco, garça-cinzenta, guacuru, sabacu, savacu-de-coroa, socó, taiaçu, tajacu, taquari e taquiri. É muito nome pra uma avezinha de pouco mais de 40 centímetros. E cada um tão feio que chega a ser uma injustiça com ele.

Pra comemorar a descoberta, nada melhor do que o Carimbó do Socó, do mestre Pinduca. É só clicar e escutar. Mas escute baixinho, pra não acordar o dorminhoco. ;)


sexta-feira, 4 de junho de 2010