Depois das sardinhas das Filipinas, da tapioca da Tailândia e dos biscoitos da Suécia, encontrei outras belezuras importadas aqui em Montreal.
Primeiro foram as canetas mexicanas. Assim como o ministro Gil, sou louco por caneta BIC. E fiquei muito contente quando encontrei as BIC "hechas en Mexico", que por sinal são tão boas quanto as brasileiras.
Melhor que as canetas da terra de Chaves, só os biscoitos da terra de Bob Marley. Yeah, man! Biscoitos de Ovomaltine feitos na Jamaica! Uma gostosura! Mas não dão barato, eu vou logo avisando.
Castanhas? Gostosinhas todas. Tão boas quanto as do Ceará. Mas o problema é que ninguém sabe de onde vêm. Podem ser de lá, podem ser um pedaço de Saigon, podem ser de Calcutá. Na embalagem (olha aí do lado) tem escrito: "Produto do Brasil ou Índia ou Vietnã, embalado na China". Que confusão! Com toda certeza são embaladas na China, mas ninguém sabe de onde vêm as castanhas. Pode? Aqui pode.
Por enquanto ainda não encontrei nada de Vanuatu.
terça-feira, 22 de julho de 2008
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Toys-R-Us: fale com o gerente
O Canadá não é só a Bell. Aliás, a maior parte das empresas aqui tratam o consumidor com respeito. Anteontem, poucos dias depois de resolver minha confusão com a Hell, digo, Bell, comprei um carrinho de bebê na Toys-R-Us. Em casa, quando fui montar, percebi que a caixa já tinha sido aberta. Faltavam peças e não havia manual de instruções. Dá pra imaginar a raiva que eu tive, não dá? Pensei: "Não é possível! Lá vem aperreio de novo?".
Procurei o site da empresa e lá peguei o telefone do atendimento ao cliente. Liguei pra lá e simplesmente me disseram que eu teria que ir à loja trocar ou devolver o produto. E o dinheiro que eu vou gastar de taxi? Não podemos fazer nada, senhor. We apologize for that. E só.
Me arretei e liguei pra loja. Me passaram para o gerente, que me atendeu muito bem. Concordou que eu gastaria muito de taxi (75 dólares, quando o carrinho custou 140) e me disse alguma coisa que não entendi muito bem. Ele repetiu, dessa vez em francês. Ele estava se oferecendo para trazer outro carrinho aqui na minha casa. Incroyable, mas foi o que ele fez. Pegou o meu endereço e três horas depois bateu na minha porta com um carrinho novinho em folha e já montado. Ainda assim, fez questão de me dar o manual de instruções. Vendo o estado do carrinho que eu havia trazido, ele me disse: "alguém na loja vai levar uma bronca!"
Acho que o carrinho que eu trouxe foi uma devolução de alguém, pois havia inclusive um babador usado dentro da caixa. "Quem recebeu esse carrinho de volta nem chegou a conferir nada". Unbelievable, but it's true.
Ponto para a Toys-R-Us.
Procurei o site da empresa e lá peguei o telefone do atendimento ao cliente. Liguei pra lá e simplesmente me disseram que eu teria que ir à loja trocar ou devolver o produto. E o dinheiro que eu vou gastar de taxi? Não podemos fazer nada, senhor. We apologize for that. E só.
Me arretei e liguei pra loja. Me passaram para o gerente, que me atendeu muito bem. Concordou que eu gastaria muito de taxi (75 dólares, quando o carrinho custou 140) e me disse alguma coisa que não entendi muito bem. Ele repetiu, dessa vez em francês. Ele estava se oferecendo para trazer outro carrinho aqui na minha casa. Incroyable, mas foi o que ele fez. Pegou o meu endereço e três horas depois bateu na minha porta com um carrinho novinho em folha e já montado. Ainda assim, fez questão de me dar o manual de instruções. Vendo o estado do carrinho que eu havia trazido, ele me disse: "alguém na loja vai levar uma bronca!"
Acho que o carrinho que eu trouxe foi uma devolução de alguém, pois havia inclusive um babador usado dentro da caixa. "Quem recebeu esse carrinho de volta nem chegou a conferir nada". Unbelievable, but it's true.
Ponto para a Toys-R-Us.
Bell: mantenha distância
No dia 30 de junho liguei para a Bell pra pedir uma conexão com a internet pro meu novo apartamento. Meia hora no telefone até conseguir, mas até aí tudo bem: a culpa era minha mesmo, que até então insistia em optar pelo francês nos atendimentos por telefone. Era difícil mas eu queria assim, afinal eu estava há poucos dias em Montréal. A moça que me atendeu foi super atenciosa e tal e coisa e coisa e tal. Quando eu não entendia alguma coisa, ela explicava em inglês. No final do atendimento - serviço contratado - ela me deu um número de confirmação do pedido e disse que em três dias teria o modem em casa e a internet funcionando. E eu acreditei.
Dia 2 fui ao site da Bell e tentei me informar sobre o status de meu pedido. Impossível. Segundo o cara que falou comigo pelo chat, meu pedido era pra utilizar uma tal de “dry loop” (um tipo de linha fantasma, que não serve pra falar, apenas pra usar com a internet) e nesses casos o atendimento tinha que ser por telefone mesmo. Pela internet não podia. Depois descobri que era porque eu deveria tratar com a Sympatico, uma empresa que a Bell “incorpora” na hora de vender, mas não na de resolver problemas.
Lá vou eu ligar para a Bell. O primeiro que me atendeu disse que não havia nenhum pedido com aquele número. O segundo - já em inglês, pois eu tinha desistido de tentar entender o francês dos atendentes - disse a mesma coisa. Então eu disse que tudo bem, já que não tinha nada em meu nome, eu iria contratar a internet da Videotron. Não podia era ficar esperando por uma coisa que não viria.
Desci pra ir a uma loja da Videotron e encontrei na minha caixa postal um aviso pra ir buscar uma encomenda no Correio. Era o modem. Voltei pra casa, instalei, pluguei e... nada. Liguei pra lá - dessa vez com minha “ID” - e finalmente fui identificado pelo sistema. Quase comemorei, mas a pessoa que me atendeu disse que aguardasse mais um dia para que a tal “dry loop” fosse configurada para o meu apartamento.
Sexta-feira, dia 4. Internet sem funcionar. Telefono de novo pra Bell. Nada. Depois de meia hora de conversa eles “descobrem” que o problema não é na minha casa. “Nós vamos mandar um técnico para ver o problema, senhor”. Quando? Só na segunda-feira. Foi aí que me lembrei dos fantasmas, das almas penadas, dos monstros e dos pesadelos eternos da Cabo Mais e Telemar (ou Oi Fixo, ou que diabo de nome tenha aquela peste hoje). Era tudo igual, só mudava o idioma. Acho que todas elas devem ter uma certificação IDTC - Incompetência e Descaso Total com o Consumidor. Algo como um padrão internacional secreto, pelo qual elas brigam e se orgulham em manter ao longo dos anos.
Segunda-feira, dia 7. A internet, claro, sem funcionar. Ligo para a Bell e pergunto pelo sujeito que iriam mandar. Um momento. Vamos verificar. O problema não é no seu apartamento. Vou passar para o nível 2 do suporte (só pode ser piada). Senhor, há um problema na rede externa. Mas em no máximo três dias será resolvido. Três dias é o prazo máximo, o problema pode ser resolvido em dez minutos. O que o senhor faz? Espera. Mas pode plugar o modem e deixá-lo ligado. Assim, quando a luz da internet acender, o senhor saberá que já pode utilizar nossos serviços. Piada nível 2, claro. Não pode ser outra coisa. Não mandei o sujeito para a !@#$!$ porque não sou canadense. Mas que tive vontade, tive. Ah, bando de felas!
Quarta-feira, dia 9. A história se repete. Meia hora no telefone para ser transferido para o nível 2 do suporte, para ouvir de novo do @#%!#$ do atendente que o problema não era no meu apartamento. E que mandaria um “técnico” amanhã para verificar o que estava havendo. Dez dias esperando para ter internet em casa. Sem poder fazer nada. Só não disse um “fu** you” porque tive medo de ser processado. Afinal, aqui não é o Brasil. Não nesse aspecto. Já na impunidade das empresas...
Dia 10, das 13 às 17 horas. Esperei até as 18 horas e nada. Saí de casa. Às 20h30 liga alguém que se apresenta como técnico da Bell. “Estou na sua casa”. E eu respondi “Mas eu não estou. São oito e meia, esperei até as seis”. Segurei minha irritação e consegui combinar com ele para a tarde do dia seguinte.
O sujeito chegou aqui às 15h. Sem a mínima questão de ser Sympatico ele tenta por uma hora e não consegue colocar a internet pra funcionar. Pede a ajuda do serviço do condomínio para ter acesso à caixa dos telefones, no térreo do edifício. Recebe como resposta um aviso de que terá que esperar em torno de meia hora. Olha pra minha cara e diz que só pode esperar quinze minutos. Se demorar mais do que isso, ele vai embora e eu vou ter que agendar novo “rendez-vous” (já tô cheio com essa história de rendez-vous pra tudo). Eu disse a ele que estava esperando há onze dias, ontem tinha esperado a tarde toda, e se ele não poderia esperar os trinta minutos pelo rapaz do condomínio. Ele disse que não. Eu e o condomínio temos que estar disponíveis na hora em que a Bell quiser, mas ele não pode esperar meia hora? É isso mesmo. Passados quinze minutos, ele liga de lá do térreo e avisa que vai embora. Eu digo o porteiro eletrônico está sem funcionar, que há uma bagunça na minha sala, tomada aberta, fios e pedaços de plástico pelo chão, e que ele não pode deixar assim. Aqui tem um bebê. "Mas o telefone está funcionando." Não está, pois os fios estão cortados. Ele simplesmente desligou na minha cara. Cinco minutos depois chega ao meu apartamento. De cara amarrada, apenas liga os fios. Deixa a tomada sem tampa, como se fosse a privada da casa da mãe dele. Só abriu a boca pra perguntar se eu ia agendar novo “rendez-vous”. Claro que não, eu vou devolver o modem e contratar outra empresa. “Qual?” A Videotron. Na hora de sair, na porta, ele ainda disse “Se o senhor não sabe, a culpa é da Videotron. Nós somos vítimas, eu e o senhor”. A Bell? Vítima? Antes que eu dissesse qualquer bobagem ou fizesse uma besteira, soltei um “Merci et au revoir”.
Na mesma tarde fui a uma loja da Bell pra devolver o modem. Não aceitaram. Eu tinha que tratar disso por telefone. Inacreditável. Na segunda-feira eu telefonei e cancelei tudo. E eles nem se preocuparam em saber o porquê. Devolvi o modem pelo correio (pagando do meu bolso, porque não tinha um tal formulário para devolução gratuita em mãos e não queria ter que falar com eles novamente) e em seguida fui a uma loja da Videotron. No dia seguinte, menos de 24 horas depois, já tinha internet e TV a cabo em casa. Se eu soubesse disso antes...
A Bell é a réplica perfeita da Telemar e da Cabo Mais. Unbelievable! Incroyable! E eu que achava que ia me ver livre desse tipo de empresa, desse tipo de tratamento absurdo que eu pensei que só existia no Brasil. Que inocência a minha!
Dia 2 fui ao site da Bell e tentei me informar sobre o status de meu pedido. Impossível. Segundo o cara que falou comigo pelo chat, meu pedido era pra utilizar uma tal de “dry loop” (um tipo de linha fantasma, que não serve pra falar, apenas pra usar com a internet) e nesses casos o atendimento tinha que ser por telefone mesmo. Pela internet não podia. Depois descobri que era porque eu deveria tratar com a Sympatico, uma empresa que a Bell “incorpora” na hora de vender, mas não na de resolver problemas.
Lá vou eu ligar para a Bell. O primeiro que me atendeu disse que não havia nenhum pedido com aquele número. O segundo - já em inglês, pois eu tinha desistido de tentar entender o francês dos atendentes - disse a mesma coisa. Então eu disse que tudo bem, já que não tinha nada em meu nome, eu iria contratar a internet da Videotron. Não podia era ficar esperando por uma coisa que não viria.
Desci pra ir a uma loja da Videotron e encontrei na minha caixa postal um aviso pra ir buscar uma encomenda no Correio. Era o modem. Voltei pra casa, instalei, pluguei e... nada. Liguei pra lá - dessa vez com minha “ID” - e finalmente fui identificado pelo sistema. Quase comemorei, mas a pessoa que me atendeu disse que aguardasse mais um dia para que a tal “dry loop” fosse configurada para o meu apartamento.
Sexta-feira, dia 4. Internet sem funcionar. Telefono de novo pra Bell. Nada. Depois de meia hora de conversa eles “descobrem” que o problema não é na minha casa. “Nós vamos mandar um técnico para ver o problema, senhor”. Quando? Só na segunda-feira. Foi aí que me lembrei dos fantasmas, das almas penadas, dos monstros e dos pesadelos eternos da Cabo Mais e Telemar (ou Oi Fixo, ou que diabo de nome tenha aquela peste hoje). Era tudo igual, só mudava o idioma. Acho que todas elas devem ter uma certificação IDTC - Incompetência e Descaso Total com o Consumidor. Algo como um padrão internacional secreto, pelo qual elas brigam e se orgulham em manter ao longo dos anos.
Segunda-feira, dia 7. A internet, claro, sem funcionar. Ligo para a Bell e pergunto pelo sujeito que iriam mandar. Um momento. Vamos verificar. O problema não é no seu apartamento. Vou passar para o nível 2 do suporte (só pode ser piada). Senhor, há um problema na rede externa. Mas em no máximo três dias será resolvido. Três dias é o prazo máximo, o problema pode ser resolvido em dez minutos. O que o senhor faz? Espera. Mas pode plugar o modem e deixá-lo ligado. Assim, quando a luz da internet acender, o senhor saberá que já pode utilizar nossos serviços. Piada nível 2, claro. Não pode ser outra coisa. Não mandei o sujeito para a !@#$!$ porque não sou canadense. Mas que tive vontade, tive. Ah, bando de felas!
Quarta-feira, dia 9. A história se repete. Meia hora no telefone para ser transferido para o nível 2 do suporte, para ouvir de novo do @#%!#$ do atendente que o problema não era no meu apartamento. E que mandaria um “técnico” amanhã para verificar o que estava havendo. Dez dias esperando para ter internet em casa. Sem poder fazer nada. Só não disse um “fu** you” porque tive medo de ser processado. Afinal, aqui não é o Brasil. Não nesse aspecto. Já na impunidade das empresas...
Dia 10, das 13 às 17 horas. Esperei até as 18 horas e nada. Saí de casa. Às 20h30 liga alguém que se apresenta como técnico da Bell. “Estou na sua casa”. E eu respondi “Mas eu não estou. São oito e meia, esperei até as seis”. Segurei minha irritação e consegui combinar com ele para a tarde do dia seguinte.
O sujeito chegou aqui às 15h. Sem a mínima questão de ser Sympatico ele tenta por uma hora e não consegue colocar a internet pra funcionar. Pede a ajuda do serviço do condomínio para ter acesso à caixa dos telefones, no térreo do edifício. Recebe como resposta um aviso de que terá que esperar em torno de meia hora. Olha pra minha cara e diz que só pode esperar quinze minutos. Se demorar mais do que isso, ele vai embora e eu vou ter que agendar novo “rendez-vous” (já tô cheio com essa história de rendez-vous pra tudo). Eu disse a ele que estava esperando há onze dias, ontem tinha esperado a tarde toda, e se ele não poderia esperar os trinta minutos pelo rapaz do condomínio. Ele disse que não. Eu e o condomínio temos que estar disponíveis na hora em que a Bell quiser, mas ele não pode esperar meia hora? É isso mesmo. Passados quinze minutos, ele liga de lá do térreo e avisa que vai embora. Eu digo o porteiro eletrônico está sem funcionar, que há uma bagunça na minha sala, tomada aberta, fios e pedaços de plástico pelo chão, e que ele não pode deixar assim. Aqui tem um bebê. "Mas o telefone está funcionando." Não está, pois os fios estão cortados. Ele simplesmente desligou na minha cara. Cinco minutos depois chega ao meu apartamento. De cara amarrada, apenas liga os fios. Deixa a tomada sem tampa, como se fosse a privada da casa da mãe dele. Só abriu a boca pra perguntar se eu ia agendar novo “rendez-vous”. Claro que não, eu vou devolver o modem e contratar outra empresa. “Qual?” A Videotron. Na hora de sair, na porta, ele ainda disse “Se o senhor não sabe, a culpa é da Videotron. Nós somos vítimas, eu e o senhor”. A Bell? Vítima? Antes que eu dissesse qualquer bobagem ou fizesse uma besteira, soltei um “Merci et au revoir”.
Na mesma tarde fui a uma loja da Bell pra devolver o modem. Não aceitaram. Eu tinha que tratar disso por telefone. Inacreditável. Na segunda-feira eu telefonei e cancelei tudo. E eles nem se preocuparam em saber o porquê. Devolvi o modem pelo correio (pagando do meu bolso, porque não tinha um tal formulário para devolução gratuita em mãos e não queria ter que falar com eles novamente) e em seguida fui a uma loja da Videotron. No dia seguinte, menos de 24 horas depois, já tinha internet e TV a cabo em casa. Se eu soubesse disso antes...
A Bell é a réplica perfeita da Telemar e da Cabo Mais. Unbelievable! Incroyable! E eu que achava que ia me ver livre desse tipo de empresa, desse tipo de tratamento absurdo que eu pensei que só existia no Brasil. Que inocência a minha!
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